Inclusão e a visibilidade da diversidade: podemos – e devemos – comunicar melhor

A comunicação é capaz de dar visibilidade às principais temáticas que permeiam a sociedade (Imagem: Banco de imagens)

Renata Juliotti

Mulheres, comunidades LGBTQIA+, pessoas com deficiência, jovens, minorias religiosas, raciais e étnicas, povos indígenas, pessoas em situação de refúgio, imigrantes e muitos outros grupos minorizados têm organizado movimentos sociais para exigir seus direitos na luta por reconhecimento e igualdade. E a comunicação social tem um papel fundamental nessa luta.

Nesse movimento, podemos observar a comunicação como agente social, capaz de dar visibilidade às principais temáticas que permeiam a sociedade ou, de forma negativa, criar barreiras para a inclusão por meio de estereótipos e narrativas capacitistas.

A Comunicação Inclusiva surge como um dos caminhos possíveis para conferir visibilidade social e motivação para o debate sobre a temática da inclusão social, racial e gênero.

Essa prática comunicacional ressalta um compromisso com a promoção da inclusão, baseado em perspectivas críticas dos estudos de mídia e nos princípios da diversidade e da não discriminação, para que possa atuar como um motor de transformação social. Para clarear os temas e abordagens da Comunicação Inclusiva, dividem-se em quatro princípios norteadores: inclusão, diversidade, representação social e representatividade.

Em busca de uma prática mais inclusiva, o primeiro passo é entender as terminologias corretas e ratificadas por órgãos oficiais do governo e pela Organização das Nações Unidas (ONU). O uso adequado das terminologias corretas não apenas promove a inclusão, mas se destaca como o principal mecanismo de respeito pela luta social dos grupos minorizados.

Veja, a seguir, exemplos de expressões e o uso correto:

NÃO USEUSE
Portador de deficiência, Especial ou Portador de Necessidades EspeciaisPessoa com deficiência
TodosTodas as pessoas (Priorize palavras ou expressões sem marcação de gênero)
Os beneficiáriosAs pessoas beneficiárias
A coisa tá pretaA coisa tá difícil (E priorize a expressão “pessoas negras” (pardos + pretos))
Cabelo ruimCabelo crespo, cacheado, afro
Lápis cor de peleLápis bege
Opção sexualOrientação sexual
Não utilize a expressão “Mudança de sexo” para se referir a pessoas transEm seu lugar, utilize “afirmação de gênero”
O travestiA travesti
RefugiadosPessoas em situação de refúgio

Fonte: Elaborado pela autora, 2020

Pensar a diversidade, inclusão e equidade na forma como nos comunicamos é um processo importante para a construção da identidade. Isso significa que ela tem um papel crucial na criação de valores e atitudes que permitam uma melhor convivência e respeito entre todas as pessoas em sociedade para o pleno desenvolvimento da humanidade.

Renata Juliotti é jornalista, professora, consultora de Diversidade & Inclusão, especialista em Estratégia e Segurança, e mestranda em Comunicação Humanitária e Inclusiva. Conselheira LATAM para a Disability:IN e idealizadora/CEO da Inclusive Agency, que promove a inclusão profissional e intercâmbio do Ensino Superior para estudantes com deficiência.

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