“Mulheres do Café”, da ofi, fará melhorias no Morro Vermelho em parceria com o Inclua

Dez mulheres, de 26 a 52 anos, compõem essa primeira turma do programa (Foto: Acervo Inclua)

Igor Savenhago, da Redação Inclua

O projeto “Mulheres do Café” (Coffee Woman), da Olam Agrícola Ltda, empresa subsidiária da ofi (Olam Food Ingredientes), implementado pelo Instituto Inclua, está terminando os dois primeiros módulos para entrar na etapa final: a criação de um empreendimento coletivo para a implementação de melhorias na comunidade rural do Morro Vermelho, onde o projeto é realizado.

As aulas começaram em setembro do ano passado. Segundo a geógrafa Francielly Naves, educadora social do Coffee Woman, foram trabalhados, no primeiro módulo, conteúdos relacionados a habilidades pessoais, profissionais, sociais e emocionais. Já no segundo, que será encerrado agora em março, os assuntos se voltam à gestão de propriedades rurais, como qualidade do café, manejo de pragas e doenças, planilhas de gestão da propriedade, agricultura familiar, educação ambiental, sustentabilidade do café e participação na comunidade.

Dez mulheres, de 26 a 52 anos, compõem essa primeira turma do projeto, que visa, por meio do programa Café Delas, da ofi, capacitar para o empreendedorismo no campo, de forma que, conhecendo suas habilidades e competências, elas ajudem no crescimento das atividades e assumam novas funções nas propriedades em que moram e administram. “Além de todas as aulas teóricas, estamos repassando muitas questões técnicas, o que tem ajudado a ampliar a visão de mundo das mulheres da comunidade”, afirma Francielly.

Café Delas é um projeto de café especial produzido por mulheres nas regiões cafeeiras do Brasil 100% rastreável nas fazendas. A ofi investe 3 cents/lb para cada venda de Café Delas em iniciativas que promovam equidade de gênero e empoderem mulheres no campo, dando às cafeicultoras oportunidades de ter voz na liderança e acesso a recursos e conhecimentos para que possam expandir suas operações no campo.

Francielly em primeiro plano e, ao fundo, mulheres participantes do projeto (Foto: Acervo Inclua)

A comunidade

O Morro Vermelho é uma das várias comunidades rurais existentes em São Sebastião do Paraíso. Fica a 15 quilômetros da área urbana e o acesso é por estrada de terra. Por causa disso, quando chove muito, algumas aulas precisam ser suspensas, já que alguns trechos ficam intransitáveis – um surto de Covid na comunidade também provocou o adiamento de alguns encontros.

A escolha do lugar para implantação do curso foi feita pela própria ofi, que enxergou ali uma força feminina capaz de influenciar coletivamente a comunidade, por meio de ações sociais, culturais, ambientais, familiares, bem como da valorização e do reconhecimento do papel feminino na sociedade. A expectativa é que, a depender dos resultados obtidos, essa metodologia possa ser levada a outras comunidades locais.

A produção do café é a principal atividade econômica do Morro Vermelho. São pequenas propriedades que dependem do chamado “ouro verde” para manter uma estrutura social que permita seu desenvolvimento, como escola, centro comunitário e a própria associação de mulheres. Para isso, foi pensada uma estrutura teórico-prática para o curso, que favoreça uma reflexão sobre comportamentos individuais e coletivos, bem como sobre a qualidade da própria lavoura.

Visitas técnicas à sede da ofi foram realizadas, para que as participantes pudessem conhecer processos de planejamento, organização e negociação do café, tanto no mercado interno quanto no externo.

Participantes do projeto conhecem etapas de planejamento, organização e negociação do café (Foto: Acervo Inclua)

Ao término do segundo módulo, elas partem para o Trabalho de Conclusão de Curso, em que precisam pensar estratégias para aplicação de melhorias de suas propriedades, visando benefícios socioeconômicos. Nessa fase, elas terão consultoria do Inclua, da ofi e de outras empresas locais, não só na elaboração, mas na execução da proposta. Como haverá um valor destinado à implementação do projeto vencedor, ganhou a escolha de trabalharem em equipe, formando uma única proposta de melhoria, que beneficie todas as participantes.

Para esta fase, será desenvolvido um novo produto, que não agrida o meio ambiente e que, ao mesmo tempo, promova a economia de insumos, como os defensivos químicos convencionais usados no cultivo. “Além de trabalhar a sustentabilidade, o projeto é importante para o empoderamento feminino, a redução das desigualdades de gênero e a valorização do trabalho delas enquanto mulheres rurais”, conclui Francielly.

O “Mulheres do Café” pode ser visto, segundo a educadora, como um investimento em inclusão e em desenvolvimento da diversidade, de novas possibilidades tecnológicas, e de questões pessoais e profissionais. O projeto está alinhado com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), principalmente os de nº 5 (Igualdade de Gênero), 8 (Emprego Digno e Crescimento Econômico) e 10 (Redução das Desigualdades).

A ofi

A ofi é uma líder global que oferece ingredientes e soluções para alimentos e bebidas naturalmente bons. Pioneiros no coração, opera na vanguarda das tendências de consumo para fornecer aos fabricantes e varejistas de alimentos e bebidas produtos e ingredientes que encantem seus clientes. A ofi Brasil oferece café, cacau e especiarias, e opera em 32 localidades de 11 estados.

Segundo o presidente do Inclua, Caio Toledo, é um prazer ter a ofi como parceiro em um projeto tão inovador. E, em breve, outras novidades e resultados sobre o “Mulheres do Café” vão aparecer. Sempre que isso acontecer, serão apresentados em reportagens aqui no site.

A comunidade rural do Morro Vermelho fica a 15 quilômetros de São Sebastião do Paraíso (Foto: Acervo Inclua)

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