Nayara Mariano
É comum pais e responsáveis terem muitas dúvidas acerca do uso de tecnologias por crianças e adolescentes. Mas, se utilizada de forma saudável, a tecnologia pode ser uma aliada. E para crianças com deficiência, recursos tecnológicos podem ajudá-las a se desenvolverem e a participarem da sociedade. As ferramentas tecnológicas são fundamentais para aprender, relacionar-se com outras pessoas, exercer a cidadania e para estimular o desenvolvimento integral da criança.
Como o processo de desenvolvimento passa pela interação com o meio e com outro, muitas vezes a criança com deficiência fica privada de informações, conhecimentos e estímulos que estão no espaço de sociabilidade; e isso acontece pela limitação sensorial, visual e de mobilidade. Assim, nosso olhar deve estar direcionado para transformar o entorno, não a deficiência.
O foco da educação inclusiva deve ser compreender que o impedimento não está na criança com deficiência, mas em minimizar as barreiras sociais que impedem sua plena participação. E, na escola, é importante que tanto professor de sala de recursos como professor de sala comum trabalhem em conjunto para incorporar as mudanças como estratégia pedagógica, permitindo ao aluno participar efetivamente do dia a dia escolar.
Assim, o uso de tecnologias assistivas (TA) é crucial para eliminar barreiras que prejudiquem a plena participação e a vida funcional da pessoa, objetivando uma maior autonomia e qualidade de vida. Também é fundamental o devido cuidado no momento da escolha dos recursos, pois cada necessidade exige um planejamento individual. E cada deficiência tem suas especificidades e necessidades.
No caso da pessoa com cegueira, ela vai precisar de adaptações para conquistar uma autonomia, especialmente quanto à mobilidade. Por isso, é interessante explorar também o sons para auxiliá-la. Um bom exemplo é o uso de algum bracelete com peças que emitam sons com o movimento, tanto pelo aluno como pelo professor, para que o aluno o localize pelo som quando necessário.
Referindo-se à independência virtual no mundo dos computadores, essa pode se concretizar com o auxílio de softwares de tecnologia assistiva, a exemplo do Dosvox, que é um sistema nacional gratuito que usa voz, composto por mais de 70 aplicativos, no qual a pessoa com deficiência visual pode estudar, buscar novas informações, realizar compras ou pagamentos, divertir-se, comunicar-se de forma ágil e incluir-se socialmente.